Na passada de corrida ideal o pé vai bem para trás do corpo, graças a amplitude de quadril, mas aterrissa próximo ao tronco e não muito adiante.
A condromalácia patelar é uma das lesões típicas de
corredor. Ela é um dos componentes da síndrome femoropatelar, patologia também
chamada de “joelho de corredor”.
Na condromalácia patelar há uma lesão na cartilagem anterior
do joelho (patela), que pode ir de um amolecimento até uma perda completa de
parte da cartilagem. Alto impacto, desequilíbrio muscular e desalinhamentos que
geram sobrecarga no joelho são alguns dos fatores causadores dessa lesão. O
diagnóstico e tratamento desses fatores permite o prosseguimento da prática
esportiva com grande redução dos sintomas, ou seja, sem dores.
O impacto do corpo com o solo na corrida é de
aproximadamente 3 vezes o peso do corpo. Esse impacto é absorvido pelo
movimento das articulações e depende da contração muscular. Quando há pouca
contração muscular para absorver o impacto as articulações recebem um choque
grande, sendo o joelho o alvo mais afetado, o que com o tempo vai gerando
desgaste na cartilagem.
Desalinhamentos no joelho aumentam a pressão entre a patela
e o fêmur (osso da coxa), além de colocarem o
membro inferior em uma posição que desfavorece uma boa contração muscular. O principal desalinhamento relacionado à condromalácia é o valgo do joelho (joelho “caindo” para dentro quando o pé está apoiado no chão). Ele acontece na maior parte das vezes devido a uma fraqueza da musculatura lateral do quadril, que deveria sustentar a coxa. Graus acentuados de pronação do tornozelo também podem causar esse tipo de desalinhamento.
Além do valgo, uma flexão exagerada do joelho na fase de apoio,
causada por falha na contração do músculo anterior da coxa, gera maior
compressão da patela sobre o fêmur. Alta compressão nessa região acontece
também em agachamentos muito profundos, que devem ser evitados. No agachamento
os joelhos nunca devem ultrapassar a ponta dos pés.
A sobrecarga no joelho pode ter origem também no
posicionamento do corpo no momento da aterrissagem do pé no chão. Quanto mais
longe o pé aterrissar do tronco, maior é a carga sobre o joelho. Uma passada de
corrida ideal é aquela em que o pé vai bem para trás, graças a amplitude de
quadril, e quando volta pra frente aterrissa próximo ao tronco e não muito para
frente.
Cada caso é único e as causas da condromalácia devem ser
diagnosticadas e tratadas individualmente. Porém, de uma forma geral, vale a
pena investir na musculatura do quadril e coxa, no treino de absorção de
impacto e no padrão adequado de corrida para prevenir e cuidar dessa lesão.
Imagens: da internet.
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